terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A chave

Eu não me orgulho disso. Mas, por muito tempo eu andei arrastando correntes. Eu sou, ou melhor, me fiz prisioneiro de mim mesmo. Eu me aprisionei por temer. Me mantive em cativeiro porque meu “sequestrador” ao menos me alimentava. Eu me privei, me esquivei, fugi. Isso tudo porque as minhas correntes me prendiam a algo pesado. É, o passado pesa. O meu problema, e o da maioria das pessoas é reconhecer que já deu, e não dá mais. Eu não quero dizer que na vida as coisas tenham um prazo de validade, mas chega a hora em que o “prazo” se vence, e aquilo que te fazia bem já não te faz mais. Nós possuímos a chave de todo e qualquer cadeado que nos prende. E cabe somente a nós fazer o mais difícil, coloca-la no cadeado e dar uma volta. Eu me acostumei a olhar minha chave, coloquei até um nome nela. Liberdade, eu quero a deixar entrar pelo passado que me prende, e que ela seja mais que uma chave que me liberta, quero que ela me acompanhe. Que a liberdade me faça livre de mim mesmo, e que eu me permita ser livre. Que a liberdade rompa as minhas barreiras, que ela destrua as correntes e minha abra um novo caminho. Que ela me dê asas, e ponha um infinito em minha frente. Eu que eu seja livre para voar, e alcançar aquilo que quando preso era inalcançável, a minha felicidade.
Marco Jr.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Era uma vez...

Eu posso dizer que vivi um conto de fadas. Eu passava muitas noites junto ao meu fiel escudeiro, Sr. Travesseiro, fazendo planos de um amor perfeito. Eu soube esperar, esperei até que ele veio até mim. Foi tudo muito intenso, utópico, surreal. Aconteceu dentro de segundos, numa troca de olhar, eu estava apaixonado. Era como se fossemos apenas nós dois contra o mundo, eu me sentia um príncipe encantado, e ela a minha bela, que dormia em meus sonhos. Meu conto de fadas não teve um “felizes para sempre”. Eu não tenho vergonha de dizer que eu tenho medo de encerrar esse capítulo. Tenho medo de juntar folhas, pegar tinta e uma pena para me escrever uma nova história. Eu tenho medo de virar a página, porque uma folha em branco sempre me assustou. Eu tenho medo de me aprisionar em sonhos, e viver a espera de um final feliz. Porque o amor de verdade existe, mas ele é um privilégio de poucos. O amor só se mostra a quem se dispõe a sofrer por ele. O amor não foi feito só para os contos de fada.
Marco Jr.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Caminhar no tempo

Tenho andado, andado só. Pois é, tem horas que a gente cansa de ser só, de ser só um, e quer ser dois. Tem hora que pra você o travesseiro não serve mais como companhia, porque você escolhe viver de realidade, e não mais de sonho. Tem hora que a gente quer dizer que teve sorte, e que tudo estava contribuindo para que aquilo se tornasse real. Tem hora que nós cansamos de esperar o tempo, porque eu ouvi dizer que o único problema que encontramos no tempo, é que um dia ele acaba. Eu já andei tanto, já tenho até mãos calejadas de carregar algumas bagagens, por certo tempo eu tive alguém pra me ajudar, para compartilhar, mas o tempo, assim como todo tempo passou. Agora a dor é só minha, a bagagem é minha, o caminho também é meu. O tempo é todo meu, mas um dia ele também acaba, até que me apareça alguém que queira compartilhar seu tempo comigo. Esse alguém deve se dispor a me ajudar, eu carrego muita coisa, mas a minha estrada é mais bonita. Tem música pra aliviar a dor, o sol pra orientar o caminho, pássaros pra construir o meu ninho, e amor pra continuar caminhando.
Marco Jr.